Meu primeiro contato com esta família foi no corredor do hospital, o filho de 6 anos estava na UTI depois de uma cirurgia, e a mãe precisava de dinheiro para ir de ônibus para casa, em Ponta Porã, assistência esta feita muitas vezes pela Equipe da Esperança.
Ela me contou como ele estava, seu estado era crítico, mas ela sempre se mostrava esperançosa, e assim foi durante os três meses seguintes.
Após esse tempo houve uma melhora e ele foi colocado no setor pediatrico, juntamente com outras crianças, neste tempo estive fazendo visitas, conversavamos, contava histórias, levava livros para pintar. Mas houve a necessidade de mais cirurgias, umas três, fazia quimioterapia, mas os resultados não foram satisfatórios, e os médios o desenganaram, ele se tornou um paciente oncológico terminal.
Quando o visitei pelas primeiras vezes era uma criança muito
triste, abatida, não sorria. Mas com o passar do tempo, com conversa e histórias
consegui ganhar confiança tanto dele como de sua mãe, ele ficava esperando
ansioso o momento da visita, sempre que me via pedia para a mãe me chamar, que eu viesse logo para
eu lhe contar uma história. Vendo a situação dele Deus me colocou o desejo de
apresentar Jesus como Salvador e de vê-lo sorrir. Comecei a orar por isso. Então em uma
programação especial ele sorriu pela primeira vez ao ouvir a história do livro
sem palavras, onde a salvação em Jesus foi pregada, e eu tive a oportunidade de
orar juntos convidando a Jesus para morar em seu coração. Sua mãe é evangélica
e tem permanecido forte lutando pela vida de seu filho, confiando em Deus.
Nas últimas visitas pude perceber o seu estado tão frágil e delicado, ele não conseguia mais ficar acordado por causa das altas doses de morfina. Os médicos o desenganaram, não podem mais fazer nada. Sua mãe continuou sempre forte crendo que Jesus podia fazer um milagre. Neste período oramos juntas, buscando a vontade de Deus para a vida de seu filho. Deus colocou em meu coração a seguinte passagem de Apocalipse 21:4 "E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E a certeza de que o melhor para esta criança seria sua partida para junto do Pai.
Percebendo a gravidade do problema seria apenas uma questão de tempo a sua
partida, e pela situação financeira da familia de pouco condições, me preocupava a questão de translado posterior desta criança para a sua cidade natal. Comecei a orar a respeito. E Deus na sua fidelidade colocou no coração do médico enviá-lo para casa, podendo assim ficar perto da família nestes ultimos dias de sua vida, ficar em sua casa, e assim foi.
Este pequeno menino foi embora, não soube mais dele, mas pelo tempo que faz e seu estado, creio que já tenha partido. Graças a Deus temos Jesus o consolador, que consola os corações, creio que ele agora está na glória com o Pai, pois creu em Jesus Cristo, e não há mais dor, não há mais sofrimento para esta criança.
